2 ILHAS E 1 IMPÉRIO | EM DIRETO - DIA 3

10:00 ADEUS TERCEIRA

Acordámos eram 7 da manhã, tomamos duche e hoje o pequeno almoço estava à nossa espera na sala de refeições, pois estávamos a levantar-nos tão cedo que permitiram-nos ter a sala de refeições só para nós.

É assim que deixamos a cidade de Angra do Heroísmo e rumamos ao aeroporto. Sim, estas estadia na Ilha Terceira foi curta, mas intensa, mas está na hora de saltarmos de ilha, e portanto vamos com a Azores Airlines (a linha regional da SATA) para a próxima ilha. O avião ia quase cheio, mas tudo com a maior das seguranças, e o conforto do voo, foi assegurado, não só pela perícia do piloto e simpatia do pessoal de cabine, mas também pela qualidade do avião, que tinha espaço para cada um dos lugares e uma cabine espaçosa e com um nível de ruído bastante atenuado. O nosso destino foi a ilha do Faial.

Ao chegarmos ao aeroporto percebemos que este está absolutamente vazio, e que, apesar de esta ilha também ainda não ter tido um caso de COVID19 registado, tomou todas as medidas necessárias para não os vir a ter. Tudo no aeroporto transmite segurança e cuidado com os passageiros. Mesmo que aqui se note já mais turistas estrangeiros que n Terceira, a quantidade de pessoas é diminuta e mais do que controlada para garantir as distâncias de segurança e os cuidados específicos desta situação que estamos a viver.

10:30 OS APARTAMENTOS PORTO PIM BAY

Como dissemos no início desta viagem, decidimos ao longo desta viagem escolher alojamentos de formatos mais alternativos, e como vamos ficar várias noites a dormir aqui no Faial, decidimos escolher um apartamento situado numa das localizações mais cool da cidade da Horta: Mesmo junto à paria de Porto Pim: os apartamentos Porto Pim Bay.

Este pequeno complexo de 7 apartamentos é um autêntico oásis de boa arquitetura moderna, toda feita à boa moda das antigas casas de madeira dos pescadores da zona, mas com um design e uma sofisticação que não são visíveis de quem passa na rua, mas que quando se entra mistura, madeira à cor natural, betão aparente envernizado e aço pintado de vermelho.

Tudo está desenhado de forma cuidada, e é assim que nos damos conta que chegámos a um dos principais alojamentos desta muito trendy localização na ilha do Faial.

11:30 O ÚLTIMO VULCÃO DE PORTUGAL

A principal atração da ilha é nada mais nada menos do que o último vulcção que entrou em erupção em Portugal: o Vulcão dos Capelinhos.

Situado na ponta da ilha, este fenómeno natural acrescentou mais território à ilha, mas acrescentou-lhe também uma paisagem absolutamente árida e digna de qualquer imaginário lunar. Com as suas cores ocres e de múltiplos castanhos, que contrastam com o azul do Atlântico, este local é impactante.

Sentem-se os momentos difíceis que assolaram e destruiram grande parte da ilha, e graças ao centro de interpretação que existe no local, tomamos conhecimento por fotografias da época (1957/1958, pois a sua erupção durou quase um ano) da magnitude de todo este fenómeno natural que mudou radicalmente a identidade desta ilha.

13:30 ALMOÇO NA PRAIA DO NORTE

Depois de uma visita extensiva ao Vulcão dos Capelinhos rumámos ao restaurante Rumar na Praia do Norte.

Quem o vê por fora, não é mais do que uma moradia, sem nada de especial, e que não causa impacto, já quando se entra há logo algo que sobressai: a incrível vista que se tem da zona de refeições. Apesar de não haver casos de COVID19 registados na ilha, este (e imaginamos que todos os restaurantes) reduziu a sua capacidade para menos de metade, o que faz com que se já era um dos mais populares do lado norte da ilha, agora ou se tem reserva, ou é absolutamente impossível de lá comer.

Mas como tínhamos reservado conseguimos provar algumas das iguarias mais interessantes da casa. Desde o pão de massa sovada absolutamente divinal (tão bom que comprámos para ter no apartamento para os nossos pequenos almoços), à grelhada mista de morcela, linguiça e entrecosto (que aqui chama de torrermo) acompanhada por batata doce cozida e ilhame grelhado, até à levíssima mousse de maracujá, a refeição inteira foi digna de nota.

Este é um dos restaurantes mais populares da ilha, e percebe-se porquê. 

14:30 O FAROL DA PONTA DA RIBEIRINHA

Depois de almoço continuámos estrada fora até ao lado oposto da ilha, onde está o abandonado, Farol da Ribeirinha.

Localizado num promontório no final da ilha, com vistas para a vizinha ilha do Pico, este farol encontra-se em absoluta ruína e rodeado de um cenário natural impressionante e que vale bem a pena todo o caminho de estrada de terra que tivemos de fazer para lá chegar.

Este é um local que corresponde exactamente ao nosso estereotipo de um farol em ruínas na ponta de uma ilha. É lindíssimo, poético e sublime.

18:00 O REGRESSO ATRIBULADO À CIDADE DA HORTA

No nosso regresso do Farol, já em direção à cidade da Horta, recebemos uma mensagem que nos deixa em sobressalto: a nossa subida ao Pico, que estava agendada para o dia seguinte foi cancelada, devido a condições climatéricas adversas.

Este facto fez com que investigássemos a fundo a meteorologia dos próximos dias e percebessemos que se estava a aproximar uma tempestade do grupo central onde nos encontramos e que vai tornar os próximos dois dias de dilúvio e que impossibilitam fazer os percursos a pé que tínhamos programado.

Esta mudança de planos fez com que, além das compras de supermercado para os nossos próximos pequenos almoços, fossemos também prolongar o aluguer do carro por mais dois dias, e fossemos à gare marítima para incluir o carro nas travessias de barco que tínhamos reservadas ... e aqui começou a complicação: é que para os dias que tínhamos marcado já não haviam lugares para carros disponíveis nos ferrys entre a Horta e o Pico/Madalena ou São Jorge/Velas. 

Depois de alguma ginástica de horários e de alterações de programa, com a incansável disponibilidade do funcionário da Atlânticolines, lá conseguimos recriar um vislumbre de planeamento que se adaptasse ao que queríamos fazer, e ao mesmo tempo se encaixasse com as possibilidades de fazer a travessia do ferry com um carro que nos permitisse não ter dois dias completos à chuva.

É assim que chegamos à Horta, e é com esta introdução que partimos para uma volta à principal cidade da ilha do Faial, que termina num dos seus maiores símbolos.

19:00 O GIN DO PETER CAFE SPORT

Eram já perto das 19h quando chegámos ao Peter Cafe Sport e nos sentámos numa das suas mesas de madeira do interior (pois a chuva já tinha chegado, inviabilizando a permanência na esplanada sobre a marina) e pedimos três gins tónicos.

Este café é a mais conhecida instituição da ilha, e isto fica a dever-se a dois factores: o primeiro por ser o mais importante ponto de distribuição de correio no meio do Atlântico Norte; e o segundo é o seu mítico gin tónico, tão famoso entre os marinheiros também.

Ora se a primeira razão a nós não nos serviu de muito, já segunda serviu-nos pelo menos duas vezes seguidas ... e assim conseguimos um excelente fim de dia na cidade da Horta.

23:00 UM JANTAR GENUÍNO

Mesmo em frente à porta do nosso apartamento (para onde voltámos a seguir à sessão de aperitivos, para pousar todas as coisas do dia e nos prepararmos para o jantar) fica o restaurante Genuíno.

Este é talvez o mais famoso restaurante da Horta e de toda a ilha do Faial, e foi exactamente aqui que reservámos mesa para o jantar de hoje. Claro que esta fama deriva, não só de um serviço impecável e muito simpático (talvez a única falha tenha sido a demora no serviço dos pratos), mas de uma cozinha absolutamente irrepreensível.

Na carta encontramos não só os pratos mais famosos da gastronomia faialense, mas também alguns clássicos reinventados, como sejam as almôndegas de atum com puré de batata doce (absolutamente a não perder) ou os chicharrinhos fritos com arroz de tomate (que são uma autêntica iguaria gourmet). Pena é que esta qualidade, depois não se prolongue para as sobremesas. Mas entre as lapas de entrada, e estes pratos maravilhosos, acompanhados por vinho da ilha, ficámos muito bem jantados.

Pior foi chegar ao nosso apartamento e não haver eletricidade para podermos instalar e preparar para o dia seguinte. Este problema, depois de conseguirmos reportar à dona do Porto Pim Bay (que de imediato se deslocou ao local, e simpaticamente ter-nos acalmado e ouvido), foi resolvido prontamente e não passou de um sobressalto.

Foi assim que terminámos este dia no Faial, e nos deitámos para descansarmos para o dia de amanhã, que vamos passar noutra ilha! 

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