VOLTA AO MUNDO | EM DIRETO - DIA 9



10:00 A TERRA DOS HOBBITS

Acordamos num Inn, que de dia tem um ar tão desolador e datado como o que aparentava ontem quando chegámos, mas como esta hospedaria se situa em pleno centro da localidade, saímos logo e  vamos dar um passeio por Matamata. Estamos numa terra pequena, que tem na sua população (saberemos depois) cerca de 6000 habitantes (incluindo as quintas à volta) e que foi aqui que foram recrutados os famosos Hobbits da icónica saga do Senhor dos Anéis.

Esta pequena localidade tem na produção de lacticínios e na agricultura, bem como no Turismo as suas três principais fontes de rendimento, mas dá uma ideia bem concreta do que é a Nova Zelândia rural. Nesta terra existe um pouco de tudo: o pequeno café, a padaria local, o posto dos correios e o supermercado, mas também restaurantes de várias cozinhas, advogados, lojas de várias especialidades e várias instituições de saúde privadas como uma clínica dentária, um osteopata, ou um oftalmologista e uma universidade local.

Aqui enquanto tomamos o pequeno-almoço no Eats Raw (que tem um capuccino e umas pies absolutamente deliciosas), reflectimos sobre a qualidade de vida que estes "Hobbitantes" de uma Nova Zelândia rural têm, nomeadamente no acesso a um leque de serviços que é raro nas pequenas comunidades na Europa.

Matamata é a terra dos Hobbits literalmente (pois foram aqui que todos foram recrutados), mas é também uma terra de fantasia para todos os habitantes de zonas rurais na europa, que sonham ter ao pé de casa todo um conjunto de serviços, que normalmente só estão reservados às grandes cidades!





12:30 O HOBBITTON

Eram exactamente 10:30 quando, em pleno centro de Matamata, entrámos num autocarro que nos conduziu até Alexander Farm, nos arredores de Matamata. Alexander Farm, para quem não identifica é uma quinta que se dedica à pastorícia e produção pecuária, mas que é mais conhecida por ter sido o cenário onde se construiu o Shire.

Para quem viu o Senhor dos Anéis, o Shire é a terra média rural, e é a terra dos Hobbits. Este é um dos cenários míticos do filme, e existe ... hoje em dia. É que o cenário original era a Alexander Farm e as suas ondulantes colinas verdejantes e idílicas. Actualmente (e depois da filmagem do Hobbit) foi construída no meio destas colinas, uma verdadeira aldeia do Shire. Com as suas casas, as suas pequenas ruas e caminhos, a estalagem do Green Dragon, o Terreiro das Festas, a roupa a secar, o seu lago central e toda uma panóplia de acessórios que torna o Shire uma realidade.

A visita é feita a pé, portanto depois do autocarro nos ir buscar a Matamata, deixa-nos a na entrada do famoso Shire (aquela que no primeiro filme da saga, o Frodo se encontra com o Gandalf) e é essa perspectiva que temos logo à entrada do famoso Hobbitton. A partir daqui todo o percurso, guiado por uma verdadeira Hobbit (pois foi figurante nos filmes), é uma sucessão de momentos dos filmes passados no Shire. É uma visita muito engraçada, pois as paisagens naturais e as respectivas vistas são absolutamente incríveis e o cenário construído para o filme é verdadeiramente pitoresco e deliciosamente detalhado.

É uma visita que, mesmo para não fãs da saga, se torna muito divertida e, sem qualquer dúvida, memorável!






14:00 ALMOÇO NAS FURNAS DE ROTORUA

Depois do idílico shire, metemo-nos nos carros e rumamos até Rotorua.

Esta terra, um pouco mais a Sul de Matamata e localozada à beira de um imenso lado, é conhecida pelas suas furnas e atividades vulcânicas. É neste cenário de fumarolas e de águas fervilhantes e cheiro a sais de enxofre que paramos para almoçar. Escolhido o Third Place Cafe, entramos, instalamo-nos numa mesa e deliciamo-nos com um autêntico repasto de sandes e hamburgers de carne neozelandesa de grande qualidade e sabor. Não é à toa que este café é eleito pelos visitantes e clientes, há três anos consecutivos, como o café de referência da região.

Só depois do almoço é que decidimos ir passear um pouco pela vila e terminamos junto a uma capela, situada junto ao lago, no meio de um nevoeiro de fumos que saem das furnas que se encontram em toda a zona e que transformam todo o clima num autêntico cenário de filme ... neste caso quase de terror.

Se não foi aqui que os pântanos cheios de fumarolas foram filmados (pois aqui há muitas construções), pode ter sido aqui que nasceu a ideia desse território da Terra Média!



18:30 A ESTRADA, A PAISAGEM E O PÔR DO SOL

De facto, a saga do Senhor dos Anéis catapultou a Nova Zelândia para o panorama internacional dos destinos turísticos, pois toda a saga foi filmada neste país e deu a conhecer ao mundo um conjunto de paisagens absolutamente épicas. Assim uma viagem à Nova Zelândia tem de incluir, sem qualquer dúvida, uma road trip pelo interior das ilhas.

Porque aqui é inverno e porque sendo inverno, o melhor é fugir das estradas de neve e de gelo, escolhemos a ilha do Norte (de clima mais ameno do que a ilha do Sul) para fazer esta road trip. Assim decidimos fazer aquilo que nem os locais fazem, que é ir de carro de Auckland até Wellinghton, e assim conhecer um pouco e apreciar as famosas paisagens deste país.

Sendo que as estradas que existem são o equivalente às nossas nacionais (mas com bom piso) a viagem faz-se bem, mas é muito cansativa e longa. No entanto as paisagens que encontramos pelo caminho são verdadeiramente de cortar a respiração. O nosso principal destaque vai para o pôr do sol que apanhámos em pleno Lago de Taupo, com as cores de todas as árvores e florestas em volta a assumirem todos os tons de verde, castanho e dourado possíveis de imaginar, a água e o céu dois azuis incríveis e ao fundo as montanhas e o vulcão Ngauruhoe.

É de cortar a respiração este momento que vivemos ... e justifica todos os quilómetros que fizemos, pois só assim é possível ver e viver estas paisagens incríveis que a Nova Zelândia tem no seu interior.



22:30 O PARK HOTEL DE WELLINGHTON E O JANTAR NO TASTING ROOM

A capital da Nova Zelândia é no extremo Sul da Ilha do Norte e é o nosso destino de hoje. Assim, após seis horas de carro para fazer 445 km em estradas de apenas duas faixas, cá chegamos.

A nossa prioridade é fazer o check in no hotel e irmos jantar um bife Wellinghton. Assim despachamo-nos a fazer o check in no Park Hotel (onde aligámos dois apartamentos) e rumámos ao centro da cidade e á Tasting Room, conhecida pelo seu Bife Wellinghton. Achámos que, apesar da origem desta clássica receita de bife não estar ligada a esta cidade, seria engraçado provar o melhor Wellinghton de Wellinghton.

Só que chegámos tarde demais, pois aqui janta-se muito cedo e, apesar de abertos, os restaurantes têm uma cozinha aberta até às 22h e depois só servem snacks até às 23h. Assim, como chegámos às 22h15m à Tasting Room da conhecida e reconhecida capital e gastronómica deste país, já não conseguimos provar esta delícia ... e por isso contentámo-nos com uns snacks de frango e umas batatas fritas, que apesar de bem feitas, nos deixaram com água na boca ... mas foi o que foi possível.

Cansados e moidos de tanta estrada, mas alimentados e cheios de paisagens incríveis na nossa mente vamo-nos deitar, porque amanhã é dia de conhecer esta cidade e fazer outros tantos quilómetros para cima de volta a Auckland.

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