GASTRO FRANCE | EM DIRETO - DIA 2

NOTA: o relato desta viagem foi escrito em direto, mas, por motivos alheios à nossa vontade, não foi publicado em direto, pelo que pedimos desculpa aos nossos fieis seguidores.


Depois de um dia longo de estrada ontem, hoje acordámos no nosso primeiro hotel desta viagem: o Château de La Paudière.

Este é um verdadeiro castelo do Loire, que se situa no coração da famosa região de França. Ainda propriedade de uma família, este Château recebe hóspedes, como se de convidados da família se tratassem. Assim, depois de pernoitar em verdadeiros quartos de um castelo, com camas de dossel, casas de banho em torres corredores recheados de memórias de tempos passados, saímos para o pequeno almoço servido numa casa de jantar, onde uma mesa grande fica rodeada de pequenas mesas, onde os outros grupos de hóspedes já tinham tomado o pequeno almoço.

Foi um acordar num cenário muito especial e bastante familiar!




Mas como o nosso dia já não tinha começado cedo (pois como chegámos tarde no dia anterior, optámos por ficar a dormir mais um pouco esta manhã, saímos pouco depois do pequeno almoço para a estrada, e rumamos ao primeiro dos castelos do Loire que temos visita marcada para o dia de hoje: o espectacular Chambord.

Este é um dos castelos principais desta região, e um dos mais famosos, quer pela sua exuberante arquitetura, quer pela sua escala imponente, quer pela prodigiosa escadaria cilíndrica desenhada pela mítico Leonardo Da Vinci, onde duas escadas se entrelaçam, sem nunca se cruzarem. Este Château é um verdadeiro espetáculo em todos os sentido: desde a arquitetura, até à exposição interior (muito bem equilibrada, entre salas de museu e salas mobiladas), passando pelos terraços da cobertura, pelos muito clássicos (e franceses) jardins ou pela a sua impressionante loja, todos os momentos desta visita são verdadeiramente bem conseguidos e é um início perfeito para esta viagem Gastro France.

Mais perfeito fica, quando decidimos que o nosso almoço de hoje é no bar do hotel deste Château, que, pertencendo à sumptuosa cadeia francesa Relais et Chateau, nos serve um conjunto de deliciosas iguarias francesas, de confeção impecável e sabores perfeitos. Foi assim um começo em grande e em bom, como costumamos dizer ... mas não tardou muito a voltarmos à estrada para irmos até ao próximo Château do dia.

 

Depois de pouco mais de uma hora de caminho, chegamos então ao Château de Villandry. Não estando entre os principais da região, este palácio tem na sua dimensão mais comedida um charme inquestionável. Esta não é uma residência real, mas sim uma residência de uma familia abastada, recheada de mobiliário e de obras de arte, e com um ambiente de casa de família, ainda intacto e com uma sofisticação antiga muito grande.

Mas o verdadeiro tesouro de Villandry está nos seus imensos e impressionantemente ricos jardins. Depois de uma visita pelo castelo, a saída desta é feita pelo terraço superior dos jardins, e é aqui que começa a grande e deslumbrante aventura. Do jardim clássico francês, ao mítico labirinto de bucho, passando pelo lago e pelo corte de ténis (de relva verdadeira, tal como se usava nos séculos passados, até à incrível horta, tudo é absolutamente mágico e de uma beleza sublime e requintada.

Esta é uma visita que poucos fazem (como se pode comprovar pela quantidade de visitantes que vimos no castel, que é infinitamente inferior às multidões de Chambord), mas que nos faz perceber que a magia do Vale do Loire é feita de várias camadas. Por um lado há os grandes castelos reais, antigos e espetaculares, enormes e impressionantes, e por outro há os castelos de famílias mais pequenas, mais intimistas e recheados de detalhes, cuja visita é muito mais tranquila e muito mais autêntica, mas cuja beleza se torna muito mais subtil e contagiante.




Mas o nosso dia de visitas ainda não acaba por aqui, pois apesar de todos os castelos fecharem por volta das 18h (e já o serem quando saímos de Villandry), decidimos ir até Saumur e dar uma volta pelo imponente castelo da cidade. Este é um castelo mais de defesa e com uma estrutura de fortificação, em vez dos palácios anteriores, mas não deixa de ter a sua beleza, e o seu domínio do território envolvente é tão impressionante, que se torna um elemento de passagem obrigatório na região.

Mas a nossa ida a Saumur não é inocente e é aqui que vamos jantar num dos espaços mais emblemáticos e secretos da região: La Table des Fouèes. Este restaurante situa-se nos arredores da cidade e numa das famosas grutas trogloditas da região. Mas mais do que este ambiente mágico, o restaurante serve uma das mais desconhecidas, mas mais interessantes iguarias da região: os Fouèes. Estes são pães feitos com farinhas antigas, que servem para acompanhamento da comida, já que antigamente, apenas as famílias mais abastadas e só em dias de festa, se serviam as carnes (ou os peixes) com acompanhamentos. Assim ficou esta tradição dos Fouès, que pouco conhecida é, mas que nós tivemos a oportunidade de provar e atestar a delícia que eles são. Actualmente são servidos para servirem de base a um conjunto de rilletes, térrines, manteigas temperadas, cogumelos selvagens laminados salteados em vinho da região e outros petiscos que fazem deste um jantar perfeito para o primeiro dia em território francês desta nossa viagem Gastro France.

Depois deste jantar absolutamente mágico, então voltamos ao nosso Château de La Plaudière, para dormirmos novamente naquele ambiente mágico, descansando assim de um dia intenso e recheado de visitas e sabores.

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