NOS TRILHOS DE VERA CRUZ | EM DIRETO - DIA 6




O ACORDAR DO PANTANAL

Se ontem começámos o nosso dia com a percepção do acordar de uma fazenda pantaneira, hoje levantámo-nos ainda a fazenda dormia. Acordados e preparados, às 05 da manhã partimos para a nossa primeira aventura do dia: uma caminhada pelo Pantanal até à torre mais alta da fazenda, para aí assistir ao Nascer do sol.

Liberados pelo nosso simpático e sempre animado guia Tadeu, lá fomos passadeiras de madeira fora, em direção ao mato. Desta vez a caminhada foi toda sobre água (e algumas vezes com água por cima do tornozelo) e por isso todo o percurso foi feito por passadeiras de madeira elevadas. No entanto, e porque estamos no Pantanal, todo o cuidado foi pouco e assim foi com algum cuidado e muita adrenalina que passamos a poucos centímetros de jacarés (que estavam na água ao nível dos nossos pés (de vagar e sem fazer barulho, com indicações precisas e cuidadosas do nosso cicerone). Foi uma caminhada pelo escuro absoluto, onde apenas se ouvia os nossos passos e pouco mais.

Ao fim de uma caminhada de pouco mais de 25 min chegamos à torre (desta vez de metal e moderna) e subimos os seus lances de degraus íngremes até à plataforma do topo. Assim que chegamos percebemos que estamos muito alto, bem acima de qualquer copa de árvore e que o espectáculo do nascer do sol estava prestes a começar.

Em silêncio esperamos pela alvorada, e assim que os primeiros raios de sol se vêem, começa uma sinfonia de cânticos, ruídos e sons, que nos indicam que o Pantanal está a despertar. Ficamos nesta torre pouco mais de meia hora, e neste pequeno tempo o sol nasce e todos os sons da selva despertam e tornam-se fortes e impressionantes.

A vista é deslumbrante, a beleza estonteante e o momento perfeito!







A CAVALGADA NO PANTANAL

Depois de descermos da torre, de voltarmos para a fazenda e de tomarmos um excepcional pequeno almoço (que hoje tinha pastel de carne e tarte de legumes, e sumo de tangerina absolutamente deliciosos), vamos a pé até ao local onde vamos começar a nossa próxima aventura: o Passeio a Cavalgada no Pantanal.

Depois das apresentações feitas, entre nós e o peão Paulo, depois das regras explicadas (o cavalo que vai sempre à frente é o do Paulo e em terra mais seca podemos andar lado a lado, mas em terra mais húmida, convém ir um cavalo atrás do outro por causa das cobras e dos jacarés que existem nas águas ... umas regras que nos dão bem a noção da aventura que estamos a começar) lá saímos da zona dos estábulos e vamos todos em direção ao Pantanal.

O que se seguiu nas próximas três foi absolutamente mágico. A cavalo pelo pantanal dentro as paisagens ganham outro impacto e a adrenalina começa a subir. Primeiro estamos em terreno seco, mas depois começamos a entrar na água. Das primeiras vezes que entramos na água a sensação de maravilha com toda a situação, cenário e vivência é arrebatadora, mas mais à frente, quando o cavalo fica mergulhado em água até à sua cabeça e nós até à nossa cintura, torna-se verdadeiramente uma cena de um filme, que estamos a viver ao vivo e sem qualquer subterfúgio ou artificialismo.

Esta cavalgada pelo Pantanal foi absolutamente indescritível, pois teve momentos de grande adrenalina, nomeadamente quando todos rodeamos com os cavalos um Papa Formigas (um dos maiores animais do Pantanal, e extremamente difícil de ver, mas que tivemos a sorte de o encontrarmos e de ele se deixar ver), teve momentos de absoluta surpresa, como quando o Paulo chama os bois com uns sons que nos parecem estranhos, e logo de seguida começamos a ouvir o som de animais a andar na água e minutos depois surgem dezenas de bois que vêm até nós, mas também momentos de absoluta maravilha, como quando cavalgámos nos vastos pântanos da região, apenas acompanhados por árvores, flores e pássaros.

Foi uma das mais incríveis sensações que tivemos na vida, e que, seguramente nunca esqueceremos. O verdadeiro Pantanal só se consegue ver e viver de uma maneira: em cima de um cavalo pantaneiro!




O ÚLTIMO ALMOÇO E A PARTIDA

Foi encharcados da cintura para baixo, com as nossas botas de borracha cheias de água, mas absolutamente em êxtase que regressamos à Pousada e nos preparamos para o último almoço antes de partirmos.

Este almoço teve uma novidade: um bolo de Coco e Doce de Leite com chocolate, que nos deixou rendidos e simplesmente conquistados com esta gastronomia simples, mas muito deliciosa.

Esta foi uma curta estadia na Fazenda Araras, marcada por paisagens incríveis, um pôr do Sol e um nascer do Sol, deslumbrantes, um passeio de canoa belo e uma cavalgada inesquecível.

Mais do que tudo há que ressaltar a excepcional simpatia e disponibilidade de todo o staff da pousada, mas especialmente do nosso guia Tadeu. Foi graças a ele que vimos muitos dos animais (alguns verdadeiramente raros), foi graças a ele que toda a nossa estadia teve actividades organizadas num crescendo de emoção e foi graças a ele que ficámos a conhecer o espírito desta região brasileira, ainda bastante virgem, mas sem dúvida com uma beleza rara, única e absolutamente marcante.

Como disse o nosso motorista de regresso ao aeroporto de Cuiabá "vocês tiveram muita sorte, pois o Tadeu é um dos melhores guias que vocês poderiam ter!"

Mas se a nossa estadia na Pousada Araras foi especial graças à simpatia de todos, os nossos percursos entre Cuiabá e a Fazenda Araras e de regresso, não foi menos ... tudo graças ao simpático, simples e muito conversador Claudemil.

Ele é um apaixonado confesso do Pantanal, ao ponto de quando tem férias, apesar de trabalhar diariamente com turistas no Pantanal, prefere ir passear com a sua mulher para esta região do Mato Grosso. A sua beleza é algo que o fascina e sabe todas as histórias sobre a região, os seus animais e os seus costumes. Explica-nos tudo sobre as cidades que passamos, bem como a importância do Garimpo de Ouro na região (explicando que, apesar de já não ser tão poluente como era no início dos tempos de quando veio do Pará há mais de 15 anos atrás, continua sem gostar de ver esta actividade a existir no seu amado Pantanal ... "porque se há tanta terra amontoada, tem de vir de um buraco igualmente grande! É ou não é?" explica-nos na sua simplicidade apaixonante.

É graças a ele que as mais de duas horas de estrada picada se transformam num prazer, e é graças a ele, à sua simplicidade e à sua simpatia que, logo assim que chegamos ao aeroporto, já temos saudades deste Brasil, incrível, profundo, autêntico e muito hospitaleiro.

Mas novos Trilhos de Vera Cruz nos espera, e assim sendo, despedimo-nos com um abraço do nosso incrível Claudemil e entramos no aeroporto de Cuiabáe para rumar até ao próximo destino.



CHEGAMOS À CIDADE HISTÓRICA DE SALVADOR

Dois voos depois (um dos quais da GOL, mas desta vez sem incidentes de maior), uma apressada e atribulada escala em São Paulo - Guarulhos 8pois como voamos em duas companhias diferentes temos de, em apenas duas horas recolher as bagagens, dar a volta das chegadas para as partidas, fazer o check in no novo voo e voltar a despachar as bagagens para o novo voo da Lam), chegamos às duas da manhã à capital do estado da Bahia: a histórica cidade de Salvador.

Como já é bastante tarde, a nossa prioridade é chegar ao hotel (o que não foi tarefa fácil, pois o acesso de carro à zona histórica é bastante complicado e limitado), descansar e preparar-nos par mais um destino único e especial neste Brasil contemporâneo.

Depois da grande e moderna metrópole de São Paulo, e depois do território virgem do Pantanal, chegamos à histórica Salvador e ao incrível hotel Vila Bahia.

Situado em pleno centro histórico da cidade, este hotel é uma autêntica casa senhorial antiga, agora transformada em hotel de charme, que nos deslumbra por uma decoração bem cuidada e nos conquista logo à chegada por um serviço atento e simpático.

Chegámos à cidade histórica de Salvador!

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