A GRANDE AVENTURA AMERICANA | EM DIRETO - DIA 12


23.00 - A DESPEDIDA COM SABOR RITMO REQUINTADOS

Depois do nosso passeio pela outra margem, fizemos umas últimas compras, e voltámos para o centro da cidade para o último programa da viagem: um jantar e uma noite na cidade.

Depois de procurar um restaurante bem típico e mágico no bairro de Martigny, rumamos a Frenchmen Street e seguimos os nossos ouvidos - estamos no coração dos bares de Jazz da cidade onde todos os locais vão.

É sexta-feira à noite, a rua está inundada de gente e os diferentes ritmos dos trompetes, baterias, saxofones, contrabaixos, clarinetes e de uma infinidade de instrumentos captam-nos a atenção. De cada porta que passamos, um ritmo diferente chama-nos.

Passamos por dois bares antes de partirmos rumo ao aeroporto e o que podemos dizer é: esta é a melhor despedida que se pode ter da cidade que deu ao mundo o Jazz e os Blues.

É em festa que nos despedimos de todos aqueles que nos acompanharam fielmente ao longo deste primeiro diário de viagem em directo. MUITO OBRIGADO A TODOS!

... Ou como se diz aqui por estas bandas "We're Jazzed that you are were here with us"!


17.45 - A OUTRA MARGEM

Assim que saímos do barco, ainda com os olhos repletos das imagens do rio e das margens, deparamo-nos com uma estátua de Louis Armstrong. O mais famoso filho da cidade de Nova Orleães e o mais conhecido e influente músico de Jazz da História, recebe-nos numa estátua do lado de Algiers (o bairro da outra margem do mississipi).

Reparamos que toda esta margem (ao contrário do centro da cidade) está toda abaixo do nível das águas do rio, por isso os diques altos cercam como uma muralha esta parte da cidade. Decidimos dar uma volta pelas ruas e deparamo-nos com o bairro residencial talvez mais sossegado e calmo de toda a cidade.

Casas de madeira muito bem arranjadas e todas pintadas e recuperadas, cafezinhos pitorescos e familiares, largos ajardinados com igrejas ... um verdadeiro bairro residencial dos famosos subúrbios americanos.

Está tudo impecável, e não fora algumas casas abandonadas (também aqui) e as carrinhas de exteriores das televisões junto aos diques com equipas de reportagem e não saberíamos que este tinha sido um dos bairros afectados pelo Katrina.

Faz amanhã 5 anos de que se deu o famoso e devastador furacão, que destruiu grande parte da cidade (apesar de poupar muito do centro histórico) e fez com que a cidade ficasse reduzida a metade da sua população.


16.45 - O GRANDE RIO MISSISSÍPI

Quem vem a Nova Orleães e não vê ou cruza o Mississípi é como "Quem vai a Roma e não vê o Papa".

A Roma já fomos algumas vezes sem ver o Papa, porque é mais perto ... aqui não quisemos perder esta oportunidade e embarcámos, não nos cruzeiros turísticos dos barcos tradicionais dos filmes (os cruzeiros Nachez, que são caros e feitos apenas para turista ver ... "sabem a plástico" ... se é que compreendem), mas decidimos apanhar o ferry normal para o outro lado. Não só é o que os locais fazem, mas essencialmente é gratuito!

A experiência é divertida e dá para ver muito bem quer a Grande Ponte do Mississípi, quer ambas as margens. Mas o mais interessante é perceber como funcionam os locais. Nesta sexta-feira os dois grandes acontecimentos eram o inicio do fim-de-semana (para os graúdos o regresso a casa do trabalho depois de uma semana intensa e para os grupos de miúdos a vinda à cidade para saírem e se divertirem à noite marca as conversas) e o jogo dos Saints (o clube local de Futebol Americano), o que fazia com que metade dos barcos estivesse vestido com as camisolas negras do equipamento da equipa da cidade.

É não só uma viagem que vale a pena, como essencialmente é um mergulho no dia-a-dia desta população qu8e mora na outra Margem do Mississípi.

O rio, esse é grande, castanho, calmo e serpenteia pela cidade até ao mar ... tal como nas histórias do famoso Tom Sawyer.


15.30 - TREME - O BAIRRO NEGRO DO CENTRO

Ao atravessar a Rampart Street deparamo-nos com uma cena que nos indica que estamos noutro bairro: dois homens tentam subir uma Harley Davidson para uma Pick-Up, passamos, olhamos e pedem-nos ajuda. Não imaginávamos que uma Harley fosse tão pesada, mas somos precisos quatro para empurrar uma mota para cima da carrinha.

Agradecem-nos, seguimos, ficamos contentes com a experiência e umas ruas à frente, viramos à esquerda e deparamo-nos com uma nova e inesquecível experiência: uma escola primária em horário de saída.

Os miúdos e miúdas, todos fardados, correm para os autocarros da escola, organizados pelas motoristas e pelas educadoras. Passamos no meio deles, tiramos fotografias, as crianças acham piada e reagem desorganizando a saída para os autocarros. Umas mais envergonhadas escondem-se, outras fazem pose, outras simplesmente ignoram-nos.

Vivemos o momento forte e autêntico e sem dar por isso deparamo-nos com uma realidade que já nos acompanha há algum tempo: quase que não há (tirando duas educadoras) brancos à vista. Aliás todas as crianças são de raça negra.

Estamos no Treme (o simpático bairro negro do centro de Nova Orleães.

As casas continuam de madeira trabalhadas, mas a um olhar mais atento as diferenças saltam à vista: os jardins estão menos frondosos e arranjados, as casas estão menos bem conservadas, muitas estão abandonadas ("foi o Katrina que fez fugir as pessoas" explicou-nos um taxista) e a população deste bairro é quase na sua totalidade negra. Sem qualquer sentimento de insegurança passeamos pelas ruas mais um pouco, abrigando-nos de baixo dos beirais de madeira das casas sempre que cai um dos aguaceiros fortes e rápidos (quase tropicais) que têm marcado o dia de hoje desde manhã.

O tempo melhora e decidimos rumar à nossa próxima aventura: o Mississípi.


14.40 - UM BAIRRO POPULAR

Seguindo do Bairro Francês para Oriente, chegamos ao sossegado e simpático bairro de Martigny.

Em todas as ruas as casas de madeira trabalhada e pintada de cores garridas fascinam e contam muitas histórias dos seus habitantes actuais e passados. Sem uma única loja, as ruas de casas sucedem-se, com frondosos jardins em frente.

O ambiente é sossegado! Esta é uma outra cidade, menos turística mas igualmente autêntica!


13.30 - A VELHA NOVA ORLEÃES TRADICIONAL

Acabados de fazer o check out do hotel, hoje começámos o nosso último dia em Nova Orleães.

De manhã recomeçamos onde deixámos ontem: no French Quarter (ou Bairro Francês). Depois de visitadas as duas mais mediáticas ruas, hoje vagueando pelas pequenas ruas e ruelas de Ocidente a oriente do tradicional bairro. Os varandins de trabalho de ferro forjado, os candeeiros de iluminação pública ainda a gás, ou as frondosas plantas que ocupam as fachadas dos prédios, são elementos impressionantes e que realmente marcam a diferença deste bairro.

A atenção ao detalhe em todas as recuperações de todos os edifícios é o elemento que mais se destaca, pois a tradição da arquitectura e do urbanismo colonial francês e espanhol (as duas potências coloniais anteriores ao Louisiana ter sido comprado pelos Estados Unidos da América) ainda se sente em cada esquina. Nos nomes das ruas (Toulouse, Chartres, Bourbon, etc) reflectem a tradição francesa, os azulejos das ruas e o estilo arquitectónico das casas pátio, não deixam dúvidas sobre a influência espanhola.

O ambiente, sempre marcado pelo muito calor e pela imensa humidade passa a ter um novo elemento: a Chuva.

Rumamos a outro bairro: Matigny.


É o último dia útil da nossa viagem, a seguir entramos numa espiral de voos e escalas que nos vão conduzir de volta a Lisboa.

Deixamos aqui uma fotografia de um dos mais impressionantes aspectos desta cultura: o Tabasco e as inúmeras qualidades que existem deste tipo de molho ... todas picantes claro!

Por agora ainda estamos a deitar-nos e a preparar-nos para amanhã fazermos uma maratona pelos locais mais emblemáticos da cidade. Descanso é a palavra de ordem ... últimos momentos inesquecíveis é o que vamos viver amanhã.

A não perder!

0 Reality Comments: