A ROTA DOS MAHARAJAS | EM DIRETO - DIA 12


09.00 A Despedida do Hotel Senhorial

Está na hora de partir de Jaipur rumo ao interior do Rajastão.

Assim hoje de manhã foi tempo de nos despedirmos de um dos hotéis mais surpreendentes e típicos de toda a viagem: o Umaid Bawan Heritage de Jaipur.

Este hotel, não sendo um hotel de nível de serviço internacional, tem essencialmente no seu antigo e charmoso edifício a sua grande mais valia. Com salas,  corredores, pátios e quartos todos ultra e exuberante decorados, é uma solução muito interessante para se ficar em Jaipur.

Logo de manhã ... depois do pequeno almoço tomado ... e das malas fechadas (o que já se revela uma tarefa difícil) ... voltamos à estrada para continuarmos esta  Rota dos Maharajas.


12.30 O Nasiyan Jain Temple de Ajmer

Num percurso de cerca de 360 quilómetros (que nos vai levar o dia inteiro a fazer, obviamente ... pois estamos na Índia), chegamos à nossa primeira paragem do dia: o Nasiyan Jain Temple de Ajmer.

Normalmente, os Templos Hindús da corrente Jain, não estão abertos a não crentes (pois é uma das correntes do hinduismo mais fundamentalistas e rígidas) ... e este é uma das poucas excepções em toda a Índia.

Descalçamos os sapatos (que deixamos à porta), dirigimo-nos à bilheteira ... e logo notamos uma diferença: todos nos observam como se fossemos um bicho estranho e raro. De facto, por aqui, somos!

Pedem-nos para lhes tirarmos fotografias, querem dar-nos apertos de mão, querem ver as fotos que tiramos, pedem para tirarmos fotos com eles (e elas, claro), sorriem e acenam-nos com simpatia e curiosidade. Sentimo-nos bem-vindos e correspondemos. Claro está, que ao fim dos primeiros 10 apertos de mão temos famílias inteiras a querer o mesmo ... e temos de parar com este convívio e seguir a nossa visita ao templo.

Este pequeno templo tem no seu interior uma reconstituição, em ouro e pedras preciosas e esmaltes, uma representação simbólica (em maquete) da cena da morte da deusa principal da corrente Jain do Hinduismo. Todo este modelo é exuberante, belo e magnético ... podendo apenas ver-se através de umas janelas abertas para a sala onde este está montado.

Aqui sim, entrámos numa Índia não turística - a Rota dos Maharajas entrou na Índia Profunda!


13.00 A Mesquita de Dargah Sharif

Ainda em Amjer, decidimos ainda visitar a muito santa Mesquita de Dargah Sharif.

Local de romaria de milhões de muçulmanos por ano, por causa de ser o local onde estão os restos mortais de um dos principais Santos Sufistas - Khwaja Chishti -  esta mesquita está rodeada de um gigantesco bazar que apenas se pode percorrer a pé e que nos faz mergulhar num mundo muçulmano indiano ... muito diferente do mundo árabe.

Chegados à entrada da mesquita, somos informados que câmaras, malas e todos os objectos de couro não podem entrar ... o que faz com que tenhamos de desistir de entrar todos (ficando um a guardar os objectos todos que tiveram de ficar de fora). Entramos e subimos as escadas já sem sapatos (o controlo de não pisarmos as escadas de sapatos é feito por mais de uma dezena de homens que não deixam ninguém pisar as escadas calçado) e entramos num recinto que é um misto de santuário com vários altares e um túmulo no edifício central, bazar onde se vendem produtos religiosos, mas também souvenirs, e zonas de estar e de benção dos peregrinos.

Para tudo nos é pedido dinheiro ... mas dando uma vez, aceitam perfeitamente um não ... nas mais de vinte vezes seguintes. É uma vivência do Islamismo totalmente diferente dos países árabes ... menos sacralizada e muito mais informal.


14.30 A Cidade de Pushkar

Depois da visita à Mesquita Dargah Sharif de Amjer, voltamos ao carro e andamos mais 30 quilómetros e vamos até à sagrada cidade de Pushkar.

Situada já a entrar na zona central do estado do Rajastão, esta cidade tem no seu lago central um dos principais santuários de purificação para os indianos de

religião Hindu.

Este espectacular lago está rodeado de uma escadaria contínua, mas de forma irregular e esta por mais de 400 templos que veneram todas as divindades do hinduismo

em todas as suas correntes e variantes. Decidimos que este é o cenário ideal para almoçarmos e passarmos parte da tarde.


15.00 O Almoço Santo

Escolhemos o Café Sun-Set de Pushkar para nos sentarmos e, com vistas para o lago e todos os templos que se situam à volta deste, pedimos o menú.

Percebemo que, por lei, nesta cidade não é permitido comer qualquer carne, pelo que a ementa (seja ela indiana ou internacional) é toda vegetariana e vegan. É uma curiosidade interessante e que reforça uma ideia que começamos a perceber: esta é uma cidade que já tem alguns turistas ocidentais ... muitos deles praticantes de vegetarianismo ou de correntes mais ocidentalizadas do hinduismo.

Tendo sido uma cidade que ganhou fama nos anos 60, esta cidade tem de facto bastante turismo indiano ... e algum turismo ocidental em busca de paragens mais calmas e propícias a experiências mais exotéricas e espírituais. O nosso Restaurante acompanha perfeitamente esse espírito: é um espaço que se situa dentro de umas arcadas abertas do lado da rua e do interio do quarteirão, com mobiliário de bambu e pinturas nas paredes feitas por visitantes internacionais.

A nossa escolha foram três partos indianos, mas que eram feitos com tofu em vez de carne!


16.00 A visita ao Lago

Depois de um almoço relaxante e surpreendentemente delicioso, decidimos ir até ao lago e fazer as suas margens até ao lado oposto onde estamos.

Aqui demoramos bastante: observarmos os rituais religiosos; vemos as mulheres e os homens a tomarem banho e a lavarem-se no lago; a forma como eles vivem e convivem durante as práticas de purificação (tornando-as num tempo e evento de convívio social); tiramos fotos com eles; apertamos mãos; vemos como as roupas são lavadas nas águas do lago e como estas ficam a secar ao sol abrazador estendidas nos degraus.

É um momento de bastante serenidade e comunhão.


17.00 O Templo Brama

Depois de fazermos a margem de metadde do lago, voltamos para dentro da cidade e dirigimo-nos até ao templo Brama da cidade.

Novamente com milhares de pessoas a entrar, descalçamo-nos (ou seja ficamos novamente de meias) e subimos novamente a escadaria. Passado o Arco da entrada, entramos num circuito religioso, organizado e sequencial que leva, todos os milhares de peregrinos, num percurso que passa por tosos os altares do templo, dando a oportunidade a todos de resarem às suas divindades preferidas.

A religiosidade aqui é vivida de forma um pouco mais séria e solene, mas todavia de forma bastante mais informal do que nós vivemos a reigião no ocidente.

Mais uma vez, a visita deste santuário, é uma experiência de uma dimensão espiritual inquestionável.


17.30 A Rua Principal de Pushkar

à saída do Templo Brama, e já de volta para o carro (que tinha ficado junto ao restaurante do almoço ... pois os carros não podem entrar na zona central da cidade), decidimos fazer então a movimentada e muito comercial rua principal de Pushkar.

A sucessão de lojas de todo o tipo de artigos é impressionante: desde especiarias a artesanato, de jóias a artigos de vestuário, de farmácias e boticários tradicionais a vendedores de comida e mercearias com fruta e legumes ... tudo se encontra e se comercializa nesta movimentada artéria.

Atravessar a cidade de Pushkar pelo lado do lago é uma experiência serena, mas atravessa-la de volta pela rua principal torna Pushkar uma cidade movimentada e uma meca para boas compras .. foi o que fizemos, claro!


18.30 De Volta à Estrada

Chegados ao nosso carro, voltamos a entrar para seguirmos para o local onde vamos pernoitar hoje: Jodhpur.

São cerca de 180 quilómetros que nos faltam percorrer ... e onde tudo acontece ... mas de uma forma natural, fluida e segura (só nos assusta a nós, pois para o nosso motorista, é absolutamente natural ... de vez em quando, até se ri das nossas reacções). Circularmos em sentido contrário numa auto-estrada, passarmos por cima de separadores centrais da mesma, fazer inversão de marça no meio de uma zona de obras desta circularem quatro veículos lado a lado (cada um em seu sentido), numa estrada de apenas duas faixas ... tendo pelo meio vacas, pessoas, e muitas outras situações inesperadas ... enfim, foram 3 horas de absoluta adrenalina e espanto (nosso) de como nada aconteceu connosco ... nem com nnguém, pois não vimos nem um acidente!

Agora sim, percebemos bem a fama de caos e de perigosidade das estradas indianas. Apenas motoristas locais podem conduzir e conseguem conduzir no meio de tal caos e conjunto de imprevistos constantes.


22.00 O Haveli de Jodhpur

Acabados de chegar à cidade de Jodhpur, dirigimo-nos diretamente ao centro histórico da cidade, e o nosso motorista informa-nos que o carro não chega à porta do hotel, pelo que teremos de ir de Tuc Tuc. "Mas não se preocupem, pois o hotel vai enviar o Tuc Tuc."

A viagem desde o local onde ficou o carro, até à porta do hotel foi hilariante, inesquecível e única: três malas grandes, e três pessoas enfiados num único Tuc-Tuc, numa viagem a uma velocidade superior ao que o piso permitia, por ruelas onde apenas motas, pessoas e tuc-tucs cabem. Uma verdadeira aventura!

Mas melhor foi quando nos indicaram que tínhamos que sair do Tuc-Tuc e continuar a pé, pois nem este chegava à porta do nosso Hotel de hoje: o Castle View Home Stay.Assim fizemos, acompanhados de três miúdos que carregavam cada um uma mala ... e começámos a mergulhar em becos e ruelas com não mais do que 2 metros de largura. O cnário parecia aterrador ...

Cerca de 70 metros dentro desta apertada malha urbana vemos uma casa iluminada - era o nosso hotel.

Na realidade trata-se de um pequeno e simpático Haveli, humilde, mas bem decorado, com quartos espaçosos e limpos. A aterradora rua de entrada do hotel, não corresponde ao seu interior simpático e pitoresco.

Pelo adiantado da hora decidimos jantar no próprio do Haveli ... que nos serve uma massa com tomate bem feita e acabada de fazer no momento!

A primeira impressão foi limpa pela simpatia e disponibilidade do staff e pelos quartos em si ... que prometem, amanhã de manhã, ter uma vista explendorosa sobre a cidade velha de Jodhpur.

Por hoje ficamos por aqui ... mas amanhã temos mais seis horas de estrada e mais três visitas até ao próximo local ... tudo em busca dos locais dos Maharajas do Rajastão!

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