AMERICAN SERIES | EM DIRETO - DIA 9


21:00 A MAIOR E MAIS ANTIGA CHINATOWN

Da área de The Haigh caminhámos até ao hotel (afinal era sempre a descer, por isso nem hesitámos), onde nos preparámos para sair para jantar, saímos, apanhámos novamente o autocarro (sim o nosso transporte nesta cidade, desde hoje, tem sido o autocarro ... e tem sido muito fácil de orientar-nos com o Google Maps a indicar qual e onde devemos apanhar) e rumamos a outro bairro icónico da cidade: Chinatown.

A Chinatown de São Francisco foi a primeira a surgir no mundo e é hoje a maior de toda a Améria, e tem ainda uma autenticidade digna de nota. Obviamente que na rua principal a presença de turistas se nota (e imaginamos que de dia se note muito mais), mas saindo destas e entrando pelas secundárias, estamos numa verdadeira São Francisco Chinesa. Desde os candeeiros de iluminação pública, aos polícias, passando por todos os letreiros publicitários, tudo está em chinês ... e leva-nos para um universo completamente paralelo.

É aqui que decidimos sentar-nos (no Yee's Restaurant) e jantar. Somos a segunda mesa de ocidentais em pouco mais de 27 ... e não nos arrependemos, pois a comida é excelente e foi verdadeiramente mais uma história que trazemos desta cidade ... neste caso escrita em chinês!


16:30 THE HAIGH

Se bem se lembram, nesta viagem American Series, todos os nossos destinos foram escolhidos com base numa série, e São Francisco foi escolhida por causa da minisérie "Tales of The City". Para além das histórias de Alcatraz, esta cidade tem muito mais histórias ... e fez parte da história mundial durante muito mais vezes que pensamos.

Um desses momentos aconteceu no cruzamento das ruas Clayton e The Haigh: o surgimento do movimento Hippie. Foi aqui nesta zona da cidade (nestas casas envolventes a este cruzamento) onde se formaram as primeiras comunidades de Hippies, com estudantes da San Francisco State College (atual San Francisco State University), e onde tudo começou a ganhar dimensão.

Atualmente este bairro de casas vitorianas (típicas de São Francisco), não tem qualquer vestígio do movimento que o tornou famoso, sendo um bairro residencial com restaurantes chics, lojas vintage e bons cafés. É mais uma vez um passeio que nos leva para fora das rotas turísticas, mas que nos permite ver melhor parte de uma história desta cidade ... porque ela tem muitas e fez muita!


14:00 ALMOÇO EM JAPANTOWN

Depois de chegarmos a terra, decidimos que era hora de almoçar e dirigimo-nos para uma das zonas de São Francisco menos visitadas, e gastronomicamente mais interessantes de toda a cidade: Japantown.

São Francisco, sendo uma cidade portuária no estado mais rico dos EUA, e sendo uma cidade bastante tolerante, desde há muitos anos que tem grandes comunidades emigrantes, nomeadamente asiáticas. Assim sendo, esta cidade foi pioneira na criação de zonas da cidade com as características das comunidades residentes.

Assim, Japantown é um pequeno pedaço de Japão. com toda a sua iconografia, mas ilustrada de forma contemporânea e não apenas mimética e kitsch, pois não é procurada de forma turística, mas sim pela comunidade japonesa da cidade. É aqui que decidimos almoçar e procurámos pelo restaurante Yamaday (1728 Buchanan St) e comemos aquele que é considerado por muitos críticos gastronómicos locais, como "o melhor ramen de São Francisco".

Delicioso, bem feito e, sem qualquer dúvida, merecedor do título!


12:30 A VISITA A ALCATRAZ

Eram 09:00 da manhã quando chegámos à impressionante ilha, e foi logo aí que percebemos que iriamos ter uma manhã bastante icónica.

Desde a receção, passando pela visita guiada por uma voluntária aos jardins, até à visita guiada à prisão, tudo é muito bem feito, tudo é verdadeiramente impressionante e tudo nos cativa bastante. Este é um dos monumentos mais icónicos do país e a atração que exerce sobre nós cresce à medida que nos aproximamos ... e durante esta visita, nada é desmistificado, apenas ilustrado via videos e sons, que só aumentam o nosso fascínio com a história da prisão.

O edifício principal de Alcatraz é a prisão, e aqui tudo corresponde a tudo o que temos como estereotipo de uma prisão. Desde os duches coletivos, até às alas das celas (e os seus nomes), passando pelas solitárias, e acabando no refeitório e na cozinha e no páteo de tempos livres. Tudo é exatamente como imaginámos e tudo está apresentado exatamente como esperamos. É uma visita incrivelmente bem conseguida e ficamos bastante contentes.

Claro que o grande destaque vai para a prisão e para as suas instalações prisionais, mas há muito mais para ver. Porque não imaginamos, mas alcatraz é uma ilha onde moravam famílias dos guardas e onde viviam crianças, por isso uma visita à ilha inclui mais do que a prisão ... e isso demora muito tempo. Desde os jardins que as mulheres dos guardas planataram, às aves que por lá nidificam, até às ruínas das instalações militares (anteriores à ilha ter sido uma prisão federal), há muito para ver.

Alcatraz é tudo o que se imagina e mais ... e nós ficámos a conhecer todas as suas histórias!


08:00 OS BILHETES PARA ALCATRAZ

Uma viagem como esta deve e tem de ser bem planeada ... e nós fazemo-lo. O problema é quando escapa um detalhe de grande importância, como comprar os bilhetes para visitar Alcatraz.

Depois de várias pesquisas descobrimos que cada dia, a famosa prisão põe à venda entre 50 e 100 bilhetes para visitar a ilha no próprio dia. O problema é que, sendo este o segundo monumento mais visitado dos Estados Unidos da América (logo a seguir à Estátua da Liberdade, em Nova Iorque), as filas para estes poucos bilhetes diários começam de madrugada.

Assim sendo, e porque quando fomos para comprar onlne, estes já estavam esgotados, o dia de hoje começou verdadeiramente de madrugada - às 03.00 da manhã, para às 04.15 já estarmos na fila dos bilhetes (e estarmos dentro dos 50 primeiros ... o que aconteceu).

Embrulhados em casacos (por causa do frio e da humidade das noites de SF) lá fomos para o Pier 35 em Embarcadero, para esperarmos umas horas. Contrariamente às nossas expectativas, este tempo custou menos a passar do que pensávamos. Em conversa com os nossos vizinhos de fila (britânicos, austríacas e muitos americanos) as horas passaram a correr. Discutiu-se de tudo, desde a nossa viagem American Series, passando pelas eleições americanas e o fenómeno Trump, o Brexit e a crise dos refugiados da Europa ... tudo foi tema de conversa animada e foi muito interessante ouvir a versão de outras nacionalidades diferentes da nossa.

Às 7.30 da manhã em ponto, as bilheteiras abriram com um agradecimento especial a todos os que passaram lá a noite e começaram sem demora a vender essas tão cobiçadas entradas.

Se não é algo que gostássemos de fazer, foi um tempo bastante agradável e do qual ficou uma memória bastante agradável.

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