VOLTA AO MUNDO | EM DIRETO - DIA 8




08:00 ADEUS AUSTRÁLIA

Logo de manhã tomamos o pequeno almoço internacional no nosso hotel de cadeia mundial, fazemos o check out, chamamos um Uber e rumamos novamente ao Aeroporto de Sidney para apanhar um novo voo.

Neste domingo de manhã, a cidade ainda dorme, por isso, se achámos as ruas do CBD vazias ontem à tarde, hoje elas estão verdadeiramente desertas. A cidade de torres e arranha-céus ainda não acordou e nós já a estamos a abandonar rumo ao seu aeroporto, para irmos para um novo destino.

Depois de dois destinos europeus e de dois destinos asiáticos, agora é altura do segundo destino da Oceânia: a Nova Zelândia.



16:30 A CHEGADA A OUTRA TERRA COM OUTRAS REGRAS

Depois de um voo de 3h30m, absolutamente calmo e tranquilo, com a muito boa companhia de aviação chilena Latam, que forneceu um serviço de bordo incrivelmente simpático, como só os latinos conseguem, chegamos àquela que é conhecida, desde a trilogia do Senhor dos Anéis, como a Terra Média: a Nova Zelândia.

Desembarcamos, percorremos corredores sem fim, passamos os passaportes, e recolhemos as malas, e logo a seguir começa a nossa aventura de sair deste aeroporto. A primeira das peripécias é o controlo de bagagens depois de as recolher. É que, em todos os países por onde viajámos, nenhum tem um controlo exaustivo de todas as bagagens de todos os passageiros estrangeiros (e apenas estrangeiros). Para que se tenha ideia do controlo que este país faz, basta dizer que na passagem pelo controlo de raio x das bagagens detetaram uma sandwich que um de nós tinha guardado do voo da Latam, e esta foi imediatamente confiscada, apesar de ainda estar hermeticamente fechada e ter o símbolo da companhia na embalagem, conjuntamente com a data de produção (hoje) e a data de validade. É um controlo absurdo e verdadeiramente discriminatório anti estrangeiros/turistas, pois apenas estes são revistados desta forma, os cidadãos nacionais não o são.

Mas se pesávamos que o absurdo tinha sido alcançado no seu ponto limite, bastou-nos chegar à fila da multinacional de rent a car Avis. Quando chegou a nossa vez fomos informados que não poderíamos alugar um carro na Nova Zelândia sem termos uma de duas situações: ou uma tradução oficial de uma entidade da Nova Zelândia da nossa carta de condução portuguesa, ou uma carta internacional ou escrita em Inglês. Depois de mostrarmos o contrato que tínhamos em mão da reserva já totalmente paga, feito diretamente com a Avis internacional pela nossa agência, e depois de mostrarmos uma cláusula que dizia exatamente que não necessitávamos de uma carta internacional a não ser que tivéssemos uma carta escrita com um alfabeto não romano, o responsável da Avis no aeroporto de Auckland (sim já tinha sido chamado o responsável do balcão da Rent-a-car) disse que esse contrato feito pela Avis internacional, aqui na Nova Zelândia, não é válido, o que está escrito em português e eles aqui não conseguem ler em português.

Assim a solução que tivemos foi pagar uma tradução de cada uma das cartas de cada um dos condutores dos carros na hora, esperar uma hora por cada tradução, e depois então recolher o carro junto da Rent-a-car. Sem alternativas e sem podermos resolver este problema de outra forma que não fosse assim (pois o responsável desta Avis não deu qualquer outra possibilidade, nem se mostrou disponível para falar com a central de reservas internacional ... era assim ou não era, porque aqui na Nova Zelândia, esta é a lei). Melhor que tudo é que nos pediram o cartão de crédito para pagar as traduções, desapareceram com ele durante algum tempo e depois quando voltaram pediram desculpa mas afinal tinham cobrado não só as traduções das cartas, mas também tinham cobrado de novo o aluguer do carro, pelo que tinha também já devolvido para o cartão ... isto tudo sem nós marcarmos um código, fazer uma assinatura ou anuir com qualquer um destes movimentos.

Foi um momento surreal e sem qualquer alternativa, mas lá saímos finalmente do aeroporto já perto das 20h30m da noite para começarmos então a nossa volta à ilha do Norte da Nova Zelândia.

Mas ao sairmos do aeroporto confrontamo-nos com outro facto: aqui na Nova Zelândia não só se conduz ao contrário, como também tudo no carro é ao contrário, isto é: o manípulo dos piscas e o manípulo do limpa para brisas estão ao contrário dos nossos e se esperavam que por estarmos a conduzir ao contrario as unidades do conta quilómetros fossem milhas, pois não, são mesmo km/h!

Enfim, aqui nesta terra as regras normais não se aplicam ... e a isso temos de nos habituar!





21:30 O JANTAR NO FOOD HALL CHIC

Nesta cidade há restaurantes, cafés e food halls. Sim dos Food Halls, normalmente associados aos centros comerciais, aqui são um dos locais mais populares para comer.

Assim e porque estamos numa Terra cujas regras normais não se aplicam, assim fizemos nós também e escolhemos então o Queen's Rise, em plena Queen Street. Este complexo de restaurantes junta num mesmo espaço, espaços que servem carnes grelhadas em carvão, massas e pizzas, cozinha árabe, cozinha francesa, hamburgeria e cozinha japonesa. A nossa opção foi quase unanimemente esta última.

É assim que nós acabamos com uns dumplings absolutamente divinos, que só nos dão uma certeza: numa próxima viagem temos de ir ao Japão para fazer uma viagem absolutamente gourmant!

Mas o nosso dia ainda não fica por aqui, e portanto voltamos ao carro e fazemo-nos à estrada até ao nosso destino final de hoje: Matamata.



23:45 A ALUCINANTE VIAGEM ATÉ AO INUSITADO HORSE & JOCKEY INN

Não nos cansamos de referir que este é um país que tem as suas próprias regras ... e dentro deste espírito, assim continuámos a noite.

Depois do jantar metemo-nos à estrada para rumarmos a Matamata, onde pernoitamos esta noite, e depois de alguns desvios do caminho e do GPS recalcular o caminho, lá saímos de Auckland na direção certa. Enquanto que os primeiros quilómetros foram relativamente tranquilos (dentro da tranquilidade possível de conduzir ao contrário), quando saímos da autoestrada para uma estrada nacional, aí é que tudo começou a ser novamente alucinante.

Desde estradas com sentidos cortados, em que o sinal que o homem das obras fazia com a sua lanterna para parar é o que nós na Europa conhecemos como para passar (abanar a lanterna no sentido da circulação), o que obviamente criou um susto gigante quando nos apercebemos que havia uma barreira não iluminada a cortar a estrada e tivemos de parar em cima da mesma, até um camião TIR que vinha na direção contrária numa estrada de duas faixas e dois sentidos, e que transportava em cima de si, sem qualquer sinalização adicional ou iluminação especial, no lugar do contentor e da carga, uma casa inteira (sim ... uma casa mesmo), e que ultrapassava os limites da estrada e portanto nos forçou a, mesmo em cima, sairmos da estrada e passarmos ao lado da casa pela berma, passando por várias linhas de comboio que cruzava a estrada sem qualquer sinalização especial e que só nos apercebíamos mesmo em cima delas ... houve um pouco de tudo ... e foi no meio destas aventuras que chegámos a nosso destino final: o Horse & Jockey Inn em Matamata.

Este estabelecimento é nada mais nada menos do que um bar e um salão de jogos, localizado em Matamata com uns quartos em cima. Escusado será dizer que tudo o que se possa pensar de um hotel de beira de estrada que ficou nos anos 1970's é pouco para descrever este estabelecimento hoteleiro. Neste cenário, bviamente que não tem um wifi a funcionar. Assim sendo foi neste contexto único e digno de um CSI do tempo do "Crime Disse Ela" que nos fomos deitar, porque amanhã o dia vai começar connosco já mergulhados na Nova Zelândia profunda.

Amanhã entraremos oficialmente na Terra Média, porque a outra terra de onde nos lêem vamos deixá-la para trás durante alguns dias ... mas não deixaremos de mandar notícias!

1 Reality Comments:

Até agora 5 estrelas.
A visita a Petra foi algo de "deixar agua nos olhos". Não é todos os dias nem para toda a gente.
Parabens pelo blog e ja agora um abraço ao Carlos Cotrim, que julgo, fazer parte do vosso grupo.