RUMOS DO SUL | EM DIRETO - DIA 6


10.30 OS ÚLTIMOS MOMENTOS EM SANTIAGO

Com poucas horas ainda nesta verdadeira cidade cosmopolita, decidimos ir ver o que nos faltava. Assim dirigimo-nos em direção ao centro da cidade - o Downtown (como lhe chamam por aqui).

Este nome "assenta (neste bairro) que nem uma luva". A sua arquitetura (que combina edifícios de séculos XVIII e XIX com edifícios de todas as épocas do século XX e XXI), as suas ruas estreitas para a altura dos edifícios, o ambiente das ruas de homens engravatados e de pequenos cafés típicos de zonas de escritórios, o trânsito de pessoas e de carros, fazem de facto lembrar o "Downtown" mais famoso do mundo - o de Nova Iorque.

É uma surpresa o charme deste centro histórico, pois consegue a sofisticação novaiorquina combinada com a monumentalidade de um país com uma história de séculos e alguns monumentos dessas mesmas épocas douradas. É um inicio de dia que nos vem confirmar a ideia formada no dia anterior: Santiago tem um nível de sofisticação ao melhor nível internacional.


11.00 A PLAZA DE ARMAS

O coração do centro da cidade de Santiago é a famosa e muito monumental Plaza de Armas.

Aqui estão concentrados vários dos mais monumentais edifícios da cidade: a Catedral; o Correo Central; o Banco do Chile, bem como um sém número de edifícios que fazem desta praça um cenário magistral e imperdível. Aqui se reunem chilenos e turistas, manifestantes (tipo speakers corner em Londres), vendedores ambulantes, executivos dos escritórios à volta, tornando esta praça um melting pot de todas as tribos desta cidade, conseguindo assim ser de facto o seu ponto central e mais representativo.

Aqui decidimos entrar na Catedral, onde encontrámos uma igreja basílica barroca, verdadeiramente rica, monumental e impressionante. Não conseguimos distinguir se foi apenas as imensas alas, se o ouro dos altares, ou se o trabalhar da pedra e das madeiras, que nos impressionou, ou se foi a missa cantada de ordenação de padres que o bispo de Santiago estava a presidir na altura em que entrámos. Mas que impressionou ... impressionou!


11:30 O PALÁCIO DE LA MONEDA

Se a cidade de Santiago tem um espaço monumental é a Plaza de Armas, mas se tem um edifício icónico, este é sem dúvida o Palácio de La Moneda.

Com o objetivo de ser a residência oficial do presidente da república, neste momento é um símbolo de tudo o que aconteceu na história contemporânea do país. Desde os golpes militares dos idos anos 1950 aos 1970, que este é um local central do regime chileno, tornando-se assim um dos ícones monumentais da cidade ... por isso quisemos vir aqui logo no nosso início da visita à cidade.

Discreto, mas imponente, subtil, mas aformativo, elegante mas curiosamente diferente dos outros palácios a que estamos habituados, este local é um must see desta cidade.


11.45 O CENTRO CULTURAL DE LA MONEDA

Se pensam que ir ao Palácio de La Moneda é apenas ver as fachadas, pois desenganem-se. por de baixo da praça em frente a este, existe um centro cultural dedicado à promoção, conservação e qualificação e desenvolvimento das culturas andinas.

Decidimos que depois de descobrirmos ontem uma Santiago de bairros todos encantadores e charmosos (e diferentes) e depois de nesta manhã terms visitado uma Santiago monumental, acabaríamos a nossa visita com a culturalidade, modernidade e contemporaneidade, que esta cidade merece e tem ... e assim entrámos e fomos ver as exposições que estavam patentes.

Não só a entrada é gratuita, como a qualidade da arquitetura de todo o espaço e a excelência das exposições fazem deste um dos centros culturais contemporâneos de média dimensão que mais gostámos em todo o mundo!


12.30 ADEUS COSMOPOLITISMO

Foi com chave de ouro que fechámos a nossa visita de Santiago. Depois de decorarmos avidamente as maravilhosas exposições de cultura andina que estavam no Centro Cultural La Moneda, voltámos a casa (pssando no supermercado para comprarmos alimentos para os próximos dias), fechámos as malas e rumámos ao aeroporto. Agora deixamos as grandes cidades e vamos desviar estes Rumos do Sul para outro tipo de paisagens - os Andes.

Assim chegamos à segunda etapa da viagem: depois de visitarmos as duas grandes cidades do Sul do continente Sul Americano vamos subir aos Andes e fazer um percurso mais agreste, fisicamente mais exigente e naturalmente mais desconhecido.

A nossa próxima paragem fica a pouco mais de 2h de voo: o Aeroporto de Calama.


15.00 OS ANDES DESPIDOS

A nossa viagem volta a trazer o avião por cima de paisagens únicas e impressionantes e as sessões fotográficas regressaram à cabine do avião.

Mas se os Andes de Santiago estavam brancos de neve, estes novos Andes de altitude estão castanhos de terra e rocha. Sem uma vegetação à vista, um território inóspito e austero estende-se perante o nosso o olhar até ao infinito.

Estamos definitivamente a entrar numa segunda fase da viagem ...


15.45 OLÁ DESERTO

Quando se aterra am Calama, imediatamente quando se sai do aeroporto (ultra-moderno, por sinal) percebemos que mudámos de contexto - estamos em pleno Deserto de Atacama.

Este deserto é um deserto de altitude que resultou dos movimentos das placas, movimentos esses que criaram os Andres e que retiraram de debaixo de água, todo este planalto do Deserto de Atacama. Assim este é um território diferente, de características especiais, com uma morfologia muito própria e cores verdadeiramente especiais.

É neste contexto de uma espacialidade que segue até ao horizonte, que seguimos viagem, com os nossos simpáticos motoristas, de Calama para San Pedro D'Atacama.


16.45 O VALE DA LUA

É mesmo antes de chegarmos a San Pedro D'Atacama que fazemos a nossa primeira paragem desta nova realidade: o Vale da Lua.

A espectacularidade deste local reside na dimensão e extensão dos seus massiços rochosos, criados há milhões de anos debaixo do nível do mar e que entretante com a deslocação das placas ficaram a mais de 2.400 metros de altitude e expostos à erosão dos agentes atmosféricos poderosos deste deserto. A paisagem é imponente, as cores com a luz deste final de tarde faz com que as cores desta paisagem sejam fortes e vibrantes e a as formas e as suas respetivas sombras, bem como os brilhos brancos dos sais que compõem estes macissos rochosos, tornam esta uma visão deslumbrante e memorável.

Assim chegamos à lua ... mesmo às portas de San Pedro D'Atacama.


17.30 A CHEGADA ÀS CASAS DO DESERTO

É pouco mais de meia hora de caminho que separa o Vale da Lua de San Pedro D'Atacama ... e portanto do nosso Iorana Tolache, um complexo de casas, no meio do deserto, onde vamos pernoitar.

Este complexo turístico situa-se mesmo no limite da povoação de San Pedro D'atacama e conta com uns pequenos Bungalows, feitos em Adobe, que reinterpretam a mística das casas do deserto, conseguindo conferir-lhe uma estética mais contemporânea e atual.

Este vai ser o nosso alojamento ... e será exactamente esta a nossa primeira morada nestes territórios altos andinos.


18.30 SAN PEDRO D'ATACAMA

Depois de fazermos o check in seguimos até à nossa povoação de destino de hoje: San Pedro D'Atacama.

Esta é uma terra pequena, com casas muito baixas e muito dispersas pelo oásis onde se situa. As ruas não se encontram alcatroadas, as casas são feitas de adobe, e a cor dominante é o castanho avermelhado de toda a região.

Sendo o ponto de partida para explorar todo o deserto, esta é uma população que vive à base do turismo. Assim as lojas de produtos tradicionais (informa-nos o Eric com quem organizámos todos os transportes), as lojas de conveniência, as casas de câmbio, os restaurantes e cafés, sucedem-se a um rimto tão alucinante quanto necessário. Mas o melhor de tudo é mesmo a qualidade destes estabelecimentos e a simpatia e qualidade de atendimento dos empregados.


20.30 UM JANTAR À FOGUEIRA

Porque o dia de amanhã vai ser longo e porque já discutimos os últimos detalhes com o Eric, dirigimo-nos ao restaurante que elegemos para este primeiro jantar no deserto e último jantar no Chile: o Adobe.

Este espaço tem nas suas traseiras um pátio onde as mesas se dispõem em redor de um espaço central onde está uma fogueira. Este detalhe, não só permite que se jante no exterior em pleno pino do inverno num deserto de mais de 2000m de altitude, como ainda, cenicamente, cria um ambiente muito especial. Escusado será dizer que a simplicidade de sabores e ingredientes da sopa andina, a qualidade de confeção das quesadillas e da tortilla e a excelência do bolo três leites, completou na perfeição esta noite.

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