2 ILHAS E 1 IMPÉRIO | EM DIRETO - DIA 18


11:00 UMA MANHÃ A ACORDAR EM NÁPOLES

O hotel que escolhemos em Nápoles (com o qual, diga-se, não temos qualquer parceria, para que fique claro) é verdadeiramente um refúgio secreto de tranquilidade e de sossego, neste agitado centro histórico, extremamente denso da cidade de Nápoles.

Mas se noutros dias realçámos esta qualidade do hotel, hoje queremos dar relevo ao pequeno almoço, que tantos amam nos hotéis e que, por causa das medidas adoptadas pela COVID19, tem tido grandes alterações. Aqui o buffet de pequeno almoço não deixou de existir, mas a sua operacionalização mudou um pouco.

O modo como temos acesso aos maravilhosos buffets de pequeno almoço é por marcação de período horário e temos de aparecer à hora marcada. Depois de sentados na nossa mesa, pessoa a pessoa levanta-se e escolhe o que quer das duas mesas de buffet e são os empregados que retiram tudo. E claro, estamos todos de máscara, sempre que não estamos a comer. A magia desaparece um pouco ... mas há também a hipótese de tomar o pequeno almoço no quarto sem custos adicionais. Nós optamos sempre por ir tomar à sala de refeições, pois é lindíssima e podemos sempre decidir na hora o que nos apetece.




12:00 AS CATACUMBAS DE SAN GENNARO

A nossa manhã de visitas começou por um projeto social bastante interessante e por um local pouco visitado da cidade, mas incrível: as Catacumbas de San Gennaro.

Estas catacumbas datam do período paleocristão e são imensas. Como todas as catacumbas, também estas são um cemitério antigo, no entanto a sua dimensão gigantesca e os muito bem conservados frescos e esculturas que se encontram no local, bem como a incrível iluminação do local, fazem desta uma visita super interessante. As catacumbas situam-se na colina do Capodimonte (a Norte do Centro Histórico), contêm milhares de sepulturas escavadas ao longo de muitos séculos, lá dentro existem três basílicas esculpidas na rocha e desenvolvem-se em dois níveis ao longo de mais de 5.800 m2 (apesar da visita apenas contemplar uma pequena parte destes, percebe-se a dimensão monumental desta estrutura escavada). Apesar de terem começado a surgir nos primórdios da religião cristã, estas catacumbas perduraram muito no tempo, durando como cemitério da cidade de Nápoles durante muitos séculos, pois a sua dimensão combinada com a prática que proibia o sepultar dentro dos muros da cidade, fez com que esta estrutura se tornasse uma das principais zonas extra muros de Nápoles. Ora é exactamente esta riqueza cultural, arquitetónica, artística e histórica que tornam a visita muito misteriosa, completa e espectacular.

Mas mais interessante ainda é o facto deste projeto estar de visita ter nascido de uma associação cultural que nasceu no bairro, por forma a dinamizar uma estrutura cultural que pudesse criar um motivo de orgulho dos jovens desta área da cidade, que há uns anos atrás era bastante degradada, e que agora se tornou no principal orgulho do bairro, já conseguindo empregar de forma permanente (mesmo em tempos de pandemia) mais de 25 jovens do bairro, que aprenderam línguas e estão a tirar o curso de guia turístico, graças a este projeto cultural e social destas catacumbas. O projeto é tão positivo e a visita é tão boa, que não podemos deixar de recomendar muitíssimo a visita.



14:00 O TEATRO SAN CARLO

Mas se há monumento conhecido aqui em Nápoles é o seu teatro de ópera: o Teatro San Carlo. Ainda mais para nós portugueses, pois o nosso teatro de ópera de Lisboa, o Teatro de São Carlos, foi projetado à imagem e semelhança deste muito especial teatro de ópera napolitano.

Tal como nas Catacumbas de San Gennaro, também aqui a visita guiada é a única forma de ver o teatro, mas infelizmente a visita guiada é o oposto da visita guiada às catacumbas, pois não é espectacular nem interessante nem estimulante. A visita resume-se a uma ida à sala de espectáculos (que é absolutamente incrível, e por isso sim, vale a pena a visita), uma passagem rápida pelo Camarote Real e uma ida até ao foyer.

Para além de tudo isto (que poderia demorar usn 20 minutos, e já estamos a dar bastante tempo), demorar mais de 1h, a quantidade de histórias contadas sobre o teatro é tanta e são contadas de forma tão mecânica e sem entusiasmo, que é verdadeiramente entediante. Na realidade a visita é feita quase 50 minutos sentado na plateia do teatro a ouvir histórias e pouco mais de 10 min a passear pelos restantes espaços. É pena, pois o teatro de ópera é verdadeiramente belo e mítico e a forma de o visitar é uma frustração e quase uma perda de tempo (não fosse a beleza do teatro e era mesmo).





18:00 A TEMPESTADE EM ISCHIA

Ora com uma demora tão grande na visita ao Teatro de San Carlo, infelizmente ficámos sem grande tempo para vermos com tempo a basílica pontífica que se situa mesmo ao lado (vimos por fora e rapidamente por dentro) bem como o castell nuovo (que só vimos por fora), pois tivemos de almoçar rapidamente num dos restaurantes perto deste (escolhemos uma pizza, pois tendo escolhido um restaurante de rua normal, em Nápoles, escolher pizza é a escolha segura em termos de qualidade) e fomos a correr para o ferry boat para a nossa próxima paragem: a desconhecida ilha de Ischia.

Situada a pouco mais de 2 horas de ferry boat de Nápoles, esta ilha situa-se no extremo norte da imensa baía desta cidade e tem nas suas nascentes de água quente a sua principal atração. No entanto, e porque estamos em tempo de COVID19, decidimos que o nosso foco de visita nesta nossa breve passagem por Ischia seria outro: o espectacular Castell d'Aragonese. Este situa-se numa pequena ilha que está mesmo junto à ilha de Ischia e cujo acesso é feito por uma ponte pedonal. A espectacularidade da estrutura construída em cima de um rochedo impressionantemente alto, e a sua forma e ambiência medieval e quase sem turistas, foi um espectáculo único e muito interessante.

Mas com a tempestade que se instalou em Ischia, a nossa visita à ilha e ao castelo foi encurtada, devido à chuva fortíssima que caía, e regressámos à marina e ao porto onde chegam os barcos. Foi aqui que passámos as últimas horas, sentados numa esplanada à espera que fosse a hora do ferry de volta, e foi aqui que percebemos o cool e relax que é o ambiente em Ischia. Muito bom este tempo que passámos na marina, pois percebemos a qualidade de vida nesta ilha.



22:00 O PIZZA SOCIAL LAB

Depois de voltarmos de Ischia numa viagem digna da tempestade que se fazia sentir, voltámos para Nápoles e fomos jantar a um dos templos da pizza contemporâena de Nápoles: o Pizza Social Lab.

Este restaurante moderno, tem um menu muito completo e todo ele de pizzas. Das clássicas às mais modernas, da pizza branca à vermelha, da pizza normal à pizza frita, há escolhas para todos os gostos e apetites. Este é um local que recomendamos para se experimentar as novas tendências da pizza na capital mundial das pizzas, pois o pizzaiolo é um dos mais conceituados da cidade e mais premiados dos últimos anos.

Este foi um dia cheio de visitas muito diferentes, mas muito completo e que nos mostrou que toda a cidade e baía de Nápoles têm muitos tesouros escondidos e que oferecem muito mais do que à primeira vista se pode perceber. De catacumbas a castelos medievais, de pizzas clássicas a modernas, este foi um dia de contrastes. Mas o dia acabou cedo, pois amanhã o nosso dia de visitas começa cedo e leva-nos a outro ponto alto da região ... não percam!

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