MODALISBOA INSIGHT - DIA 4


Com o sol a trazer calor o Parque Eduardo VII e o ambiente no exterior do Pavilhão Carlos Lopes a ser o preferido dos fashionistas presentes, assim começou este quarto e último dia de ModaLisboa Insight.

O dia prometia começar com um dos nomes principais e assim foi: o primeiro a mostrar a sua coleção foi Nuno Gama.

Num formato, que esta estação parece ter sido uma das tendências da estação, o criador lisboeta apresentou numa performance a sua coleção masculina para o Outono Inverno 20192020. Casacos sobretudos e cores escuras como o azul noite ou o preto são destaques desta coleção, que apresentou um Nuno Gama mais sutorno e dark, mas também mais jovem atual, sem deixar o ADN da sua marca, mas tornando-a mais contemporânea e adaptada a uma clientela mais jovem e da era das redes sociais e de estéticas mais globais.

Nuno Gama






Mas depois da grande abertura no masculino de Nuno Gama, tivemos o criador luso canadiano Adrew Coimbra a trazer moda com um estilo igualmente clássico, mas mais streetwear e que não se leva tanto a sério. São peças sérias, mas que não se devem levar (e aqui o levar é associado ao vestir) tão a sério.

Esta é uma coleção descomprometida, mais leve, com um tom mais simpático, mas igualmente escura na sua paleta de cores. É também uma coleção para quem gosta de peças de qualidade, mas que são discretas e se podem misturar com peças mais informais, dando assim um toque especial ao look.

Andrew Coimbra




Depois da abertura da plataforma Lab pelo Andrew Coimbra, seguiu-se Gonçalo Peixoto, que demonstrou toda a sua criatividade numa coleção com quatro cores principais - Laranja, Verde, Roxo e Azul - onde as suas famosas malhas aparecem misturadas com novos materiais mais tecnológicos e cheios de brilho e padrões.

Nas formas foi o oversize e o look é dramático e contemporâneo. A mulher Gonçalo Peixoto, neste próximo Inverno, vai ser bastante mais exuberante do que é normal nas suas propostas. Mas ainda bem, pois esta foi uma coleção bem conseguida, que arriscou, e ganhou!

Gonçalo Peixoto






E foi já perto do final da tarde que a conceituada criadora Olga Noronha encerrou a plataforma Lab desta edição, com uma performance que apresentou cinco peças numa performance que misturou um bailarino e quatro modelos.

Mas o mais interessante foi que as peças de couro entraram apenas com uma forma como se de uma segunda pele se tratasse e sairam com desenhos feitos por pó cinza projetado pelo bailarino convidado. Foi uma performance digna desse nome, que encerrou a plataforma Lab desta edição, e que deu início à reta final do dia.

Olga Noronha






E na reta final foi mais uma convidada do calendário do Portugal Fashion que subiu à passerelle principal da ModaLisboa: Nycole. Esta jovem criadora, demonstrou nesta coleção o porquê da sua rápida ascenção do Sangue Novo da ModaLisboa há poucos anos (apenas em 2015) até à passerelle principal do Portugal Fashion.

Com uma coleção masculina bem estruturada e consistente, esta criadora inovou na moda masculina, mas sem a tornar investível, trazendo peças incríveis que normalmente não assumem a dianteira da identidade de uma coleção (como os casacos compridos, os hoodies ou as camisolas de malha) para a ribalta da moda masculina e da sua proposta de moda. Mereceu todos os aplausos que recebeu e este foi um regresso em grande à ModaLisboa, desta jovem mas talentosa criadora nacional.

Nycole




Continuando com os desfiles, chegou outro criador portuense: Ricardo Andrez. Este designer de moda trouxe-nos uma coleção  contemporânea, que apostou no preto e no fluo como base para uma série de peças que se querem especiais e mais chic do que é habitual nas suas criações. E resultou!

Esta coleção, quer no masculino, quer no feminino, tem um conceito, um look e peças que são muito bem criadas e ainda melhor confeccionadas. Este criador que começou no Lab da ModaLisboa está crescido e maduro, apresentado propostas completas, respeitadoras do seu ADN alternativo, mas dando-lhe um toque sofisticado, como acontece com as grandes marcas de moda. Foi mais um excelente desfile de Ricardo Andrez e deste último dia da ModaLisboa.

Ricardo Andrez




O senhor que se seguiu na passerelle foi o luso sérvio Aleksandar Protic, que nos trouxe a coleção mais "couture" do dia. Com o seu corte habitual, e a sua mestria de draping inquestionável, este criador touxe uma coleção que cruzou o mundo da alfaiataria masculina, com a moda feminina.

Vestidos, conjuntos de calça e casaco, e casacos de pelo foram o forte desta coleção, que se desenrolou perante o olhar dos muitos que enchiam a sala. Foi uma proposta de moda mais de acordo com a sua imagem, que agrada de certeza às suas clientes e demonstra na plenitude as suas capacidades técnica e criativa.

Aleksandar Protic




E foi em clima de protesto que a ModaLisboa encerrou, com o desfile e manifesto de Dino Alves. Mais uma vez este criador lisboeta tão ligado ao Teatro, encerrou a ModaLisboa com um desfile que desafiou a audiência a usar moda com significado. Anti Fast Fashion ou Pró Fashion Forward? este foi o repto lançado por Dino Alves, que mais uma vez trouxe a sua dimensão de espectáculo para encerrar a ModaLisboa.

A ModaLisboa Insight foi mais uma edição da Fashion Week Lisboeta que demonstrou a diversidade, vivacidade e popularidade da moda nacional, quer no que vimos na passerelle, quer no que vimos fora dela. É inquestionável que a moda é um fenómeno cultural popular, e que está nova e se senova a cada estação que passa. É assim no mundo e é assim na ModaLisboa!

Dino Alves





0 Reality Comments: