ESPECIAL FIM-DE-SEMANA | JARDINS PÚBLICOS

Hoje é o primeiro dos dois dias em que a Natureza e a Primavera vão invadir "... And This is Reality".

Neste Sábado, do Especial Fim-de-Semana dedicado aos Jardins Públicos, vamos contar, em versão resumida, a história destes espaços urbanos. Vamos ver como, quando e porque surgiram os Jardins Públicos nas cidades, e como evoluiram ao longo dos tempos (tudo em versão resumida, simplificada e empirica).

Esta história é contada com três exemplos de três jardins de três cidades europeias: o Jardim des Tuileries em Paris; o Jardim da Estrela em Lisboa; e o Parc Guël em Barcelona. A História dos Jardins Públicos que se segue é nossa, a escolha dos exemplos também!




A Origem destes espaços urbanos surge nos finais do Sec. XVIII na Europa com a Revolução Francesa. Até aqui os Jardins, em contexto urbano, estavam restrictos aos palácios dos ricos nobres e burgueses, mas com este acontecimento político, uma das medidas da revolução foi a abertura dos Jardins do palácio real de Paris (o Louvre) a todo o povo da cidade. O Jardin des Tuileries é, assim, o Primeiro Jardim Público da história das cidades europeias.

Pela amplitude dos seus espaços, pela sua localização central na cidade (entre o Louvre e a Place de la Concorde/Champs Elisées, dois dos principais locais turisticos da cidade), pela remodelação contemporânea de que foi alvo, este espaço natural no meio da capital francesa continua a ser um sucesso de popularidade, dois séculos passados da sua abertura ao público!




Com o Romantismo do séc XIX, os Jardins Públicos assumem um segundo papel: Assegurar um pouco de Natureza no meio da urbanidade de modo a satisfazer a nostalgia da natureza dos seus habitantes.

As cidades tornam-se locais poluídos e consequentemente cinzentos e sujos. Crescem e tornam-se caóticas. Os Habitantes do mundo rural que migram em massa para a urbanidade sentem falta da natureza ... assim surge o Jardim Público Romântico.

O Exemplo que aqui trazemos é o Jardim da Estrela em Lisboa.

Um Jardim projectado para o passeio pelo meio da Natureza. Os elementos Naturais são projectados de forma a tentar imitar a Natureza no seu estado, supostamente, selvagem. Arbustos, canteiros e arvores supostamente não ordenados, grutas e labirintos, poucas flores e muito verde ... mas tudo organizado para um passeio burguês ora intimista e isolado, ora social e exposto.

Passear nos Jardins Públicos era moda e como tal um acontecimento social. Passeava-se para ver e ser-se visto. E os espaços eram pensados para tal. Esta é a segunda geração dos Jardins Públicos Europeus.

Em nossa opinião (e não somos especialistas na área), estamos na terceira geração de Jardins Urbanos: a dos Jardins Construídos.




Iniciado pelo Movimento Moderno da Arquitectura, a modelação espacial através de elementos assumidamente artificiais tornou-se o elemento central na concepção dos Jardins Urbanos. Em nossa opinião um dos primeiros Jardins Urbanos desta nova corrente foi o Parc Guel em Barcelona.

Recorrendo a elementos arquitectónicos e constrídos, o magistral Gaudi constrói espaços fantásticos que combinam numa perfeita harmonia o elemento arquitectónico com a modelação do elemento Natural.

Ainda bastante romântico no sentido da evocação do sonho, este Jardim já se assume com uma nova postura relativamente à espacialidade: assume a sua artificialidade e a prioridade dada à intervenção humana.

As suas construções, a forma como integram o elemento natural e a forte presença dos elementos construídos assinalam uma nova postura que ainda hoje perdura nos Jardins Públicos contemporâneos.

Estas são três sugestões de passeio para quem esteja nestas três cidades ou para quem as visite. Seguramente não é tempo perdido!

Amanhã voltamos com três Jardins Públicos Contemporâneos, também em três cidades diferentes.

A Natureza e a Primavera atingem o seu explendor, também aqui no "...And This is Reality".

Até cá!

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