SÃO PAULO MEXE | FILMES PARA OUVIR, MÚSICAS PARA VER


Neste mês em que o Rock in Rio vai marcar os conteúdos deste, que é um dos maiores blogues de Lifestyle em Portugal e um já conhecido Blogue de LifeStyle aqui no Brasil, volto com o São Paulo Mexe e com um festival algo diferente, mas que também tem muito estilo ... alternativo - o In-Edit Brasil (a equipe aí de Lisboa começa já no próximo fim-de-semana a cobertura desse que é o maior festival de música do mundo, e que emigrou daqui do Brasil para aí para Lisboa).

Terminou no último dia 28 de março a segunda edição paulista do In-Edit Brasil, Festival Internacional do Documentário Musical.


Com a apresentação de mais de 70 filmes, o festival ofereceu apresentações musicais, debates, conferências e conversas com os directores reunindo mais de 10 mil pessoas em 7 salas de da metrópole Brasileira.

Nascido em Barcelona há 8 anos, o festival hoje está presente também na Argentina, no Chile e México e também, desde o ano passado, na capital do estilo da América do Sul, São Paulo.

Foram 10 dias de projeções que começaram com a exibição do documentário "Mamonas para Sempre, o doc" (de Cláudio Kahns, na foto acima) que conta a meteórica histórica do grupo Mamonas Assassinas. Um grupo bem humorado que durou 10 meses, vendeu 2 milhões de cópias (só no Brasil) e encontrou o seu fim num acidente de avião (muito mediatizado, por sinal). A cerimónia aconteceu no Museu da Imagem e do Som (MIS-SP) e contou com a participação de convidados ilustres entre eles os familiares do músicos.


Dividindo sua programação por temas de acordo com o perfil de cada sala, o festival apostou por uma programação variada tanto em conteúdo como na diversidade musical. Entre os grandes destaques do In-Edit Brasil deste ano, tevemos a homenagem do diretor espanhol José Sanchéz-Montes (na foto abaixo), que apresentou pessoalmente 3 documentários: "Bola de Nieve", sobre o famoso pianista cubano; "Morente Sueña la Alhambra", que retrata o músico flamenco Enrique Morente recebendo convidados no palácio ganadino; e sua última produção: "Tiempo de Leyenda", que conta a produção do disco do grande Camarón de la Isla "La leyenda del Tiempo", um disco incompreendido quando foi lançado, mas que hoje é considerado uma obra-prima.


Outra surpresa internacional foi a visita da diretora australiana Emma Franz com seu primeiro e brilhante trabalho "Intangible Asset Number 82". Uma viagem pela Coreia do Sul realizada pelo baterista de jazz Simon Baker em busca de um xamã da percussão. O ponto nostálgico e mais concorrido ficou por conta da Mostra Peter Whitehead, pioneiro da linguagem dos vídeos clipes nos anos 60. Com suas filmagens feitas para os grandes nomes da música daquele momento, Whitehead filmou os Rolling Stones, Jimi Hendrix, The Animals, entre tantos outros. Para esta ocasião, o festival trouxe um documento histórico com um concerto dos Led Zeppelin gravado no dia 9 de janeiro de 1970 no Royal Albert Hall de Londres, filmado pelo diretor. em complemento vieram também os seus "Pop Promos" e seu filme mais polêmico "Tonite, let's all make love in London".


Mas nesta edição de 2010, o In-Edit Brasil apostou forte pela programação local. Contando com o apoio da Natura que patrocinou a metade nacional do evento, o festival triplicou sua atenção em relação a produção brasileira. Na Competição Nacional, o filme vencedor foi "Dzi Croquettes" de Tatiana Issa e Raphael Alvarez que relembra o genial grupo de dança homónimo que nos anos 70 desafiou a ditadura e tentou romper tabus sociais e sexuais e que, neste festival, conquistou a atenção do público. "Mamonas para Sempre, o doc", "Onde a Coruja Dorme", "Seu Jorge, América Brasil, o documentário" e "Beyond Ipanema" também competiram na categoria.

Outros destaques do Panorama Nacional foram os filmes "Brega S.A" de Vladimir Cunha e Gustavo Godinho; "L.A.P.A." de Cavi Borges e Emilio Domingos e "Tom Zé - Astronauta Libertado" do espanhol Igor Gonzales.


O In-Edit Brasil promete voltar ao Brasil entre os dias 17 e 27 de março de 2011 com mais documentários musicais ineditos e muitos homenagens. Quem viver verá.

São Paulo Mexeu ... e neste caso ... arrasou!

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